April 26, 2011 21:00
, par Inconnu
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eu passei os últimos 30 dias em uma comunidade chamada pachichulul, em san lucas tolimán, um dos povoados que margeiam o lago atitlán, na guatemmala. meu pouso lá era o imap (instituto mesoameriocano de permacultura), uma ong que desenvolve diversos projetos socioambientais e educativos na região.
bem acomodada numa linda casa de pedras e rodeada de gente adorável, plantei muita alface, pepino-doce, cebola e manjericão nestes últimos dias. no entanto, apesar de estar tão pertinho, tomei menos banho de lago do que eu gostaria. em compensação, testemunhei a primeira chuva do ano trazer boas novas para cada rama e capim.
ajudei a fazer um forno de barro e uma casa de minhocas. escrevi poesia e comi tortillas nos três turnos de refeição. tostei sementes de amaranto, gergelim e moranga. me deliciei com chás de ervas colhidas no jardim. amei até o último suspiro antes de dormir e sonhei com estradas de terras multicolores.
selei acordos de paz com os insetos e queimei incensos de meditação. fiz massagens em quem pediu, viajei ao povoado em pau de arara para revisar meus e-mails e comprar comida no mercado de rua. escrevi cartas à mão, ganhei um par de luvas campesinas, aprendi dois pontos de crochê e remendei roupas descosturadas.
li nas horas de descanso, arrisquei novas receitas, fiz doces no fogão. pratiquei yoga antes do sol nascer. vi a lua de pijamas. sobretudo, observei: o desenvolvimento dos brotos, o formato das folhas, o lento desabrochar dos gerânios, a astúcia das marias sem-vergonha.
seguindo viagem, a quilômetros de distância de pachichulul, em meio às buzinas da cidade grande, penso que esta é a hora preferida dos pássaros de lá cantarem. e se fecho os olhos e me concentro, posso voltar a escutar a sinfonia que eles refazem a cada manhã.
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