September 29, 2011 21:00
, von Unbekannt
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após travar uma brava luta contra o câncer, meu pai, ronaldo barreto - a quem chamo carinhosamente de gordinho baleia =) - faleceu no dia 14 de setembro. foram meses de idas ao hospital, zilhões de exames, diagnósticos contraditórios e tratamentos pesados. ele sentia dor e a dor dele também doía na gente. ainda dói, claro, mas a morte de quem a gente ama revela, também, caminhos para aprendizados.
pessoalmente, entendo a morte como uma passagem, como sair da infância e partir para a adolescência, tornar-se adulto e assim por diante. no caso da morte, acredito que a pessoa evolua do plano material para o puramente espiritual. é a vida pedindo um espaço maior do que o corpo para manifestar-se na sua plenitude.
acompanhei de perto os úlimos meses de vida do meu pai e posso dizer que foram (continuam sendo) os momentos mais especiais da minha própria vida. eu morei os últimos nove anos longe da minha família e nossa convivência não foi tão frequente quanto gostaríamos: eu vivendo no distrito federal e meu pai no rio grande do sul, o que tivemos nesse período foram finais de semana, feriados, visitas rápidas.
como este é um post declaradamente confessional, pontuo que desde a adolescência mantive uma relação difícil com meu pai. nunca faltou amor. nunca faltará. mas éramos um desafio um para o outro. eu pensava "a", ele pensava "z". aliás, verdade seja dita: ele era um cara complicado. cabeça dura ao extremo. trancafiado de emoções. tem gente que diz que sou bem parecida com ele, mas eu - obviamente - discordo =)
no entanto, desde maio, quando abandonei minha odisséia pela américa latina para ficar ao lado dele e da minha família, eu e meu pai nos ajustamos em muitas coisas. desfrutei muito da presença dele. aprendi demais com suas rabugices. compreendi coisas sobre o humano dele que minha cegueira de filha escondia. sei que vou levar meu pai comigo para todo o sempre e por isso não me maltrata tanto a sua ausência física.
ele ensinou muito para mim, meus irmãos e minha mãe - com quem esteve casado 39 anos! no fundo, só a gente sabe as profundezas da nossa relação familiar. os detalhes, as entrelinhas, as marcas na história de cada um, nossa coletânea de recordações - um eterno álbum de fotografias reveladas pelo coração.
ainda está tudo muito recente: velório, enterro, pêsames, meus sentimentos, a casa vazia dele. para mim, é hora de renovar meus compromissos com a vida. refletir sobre o que, afinal de contas, eu vim fazer aqui neste mundo. definir prioridades. colocar energia nelas. diminuir meus danos. ampliar meus impactos positivos. fazer cada dia valer a pena, porque, nos final das contas, a morte também serve para lembrar que existe vida e que ela pode acabar a qualquer momento.
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