cada ponto é um conto
April 13, 2011 21:00 - no comments yeta produção têxtil d@s indígenas da guatemala é de encher os olhos. tecelagens se mesclam com bordados em artigos de cama, mesa e banho, além de tapetes, cortinas e tais que. o vestuário é um espetáculo à parte: há calças, saias, camisas e lenços de todos os formatos e cores imagináveis.
mas o xodó é mesmo o güipil, pois trata-se de uma roupa que veste ao mesmo tempo em que tece histórias…
o güipil é uma espécie de blusa aberta nas laterais que faz parte do traje típico das guatemaltecas. bordado à mão com desenhos multicolores, o güipil pode ser feito em modelos de uso diário ou do tipo cerimonial, reservado para festas e ocasiões especiais.
aberto, o güipil é um metro quadrado de tecido com um corte circular no centro, para que entre a cabeça. junto com o güipil, a indumentária que compõe o figurino das mulheres é uma saia longa, tipo uma manta enrolada das cadeiras até os tornozelos, presa na cintura por uma faixa.
cada güipil traz um significado distinto. a depender das cores e desenhos, as peças contam sobre colheitas de milho, vôos de pássaros, cultivos, fertilidade, nascimentos, bons ventos e outras forças da mãe-terra e da natureza humana.
abstinência
April 10, 2011 21:00 - no comments yetela tinha febre quando, antes de dormir, pesquisava o corpo dele com a memória. depois, despertava vazia, encharcada de saudade.
atitlán
April 8, 2011 21:00 - no comments yetde esmorecer-me
A erva-mate
April 6, 2011 21:00 - no comments yet"A lua morria de vontade de pisar a terra. Queria provar as frutas e banhar-se em algum rio.
Graças às nuvens, pôde descer. Do pôr-do-sol ao amanhecer, as nuvens cobriram o céu para que ninguém percebesse que faltava a lua.
Foi uma maravilha a noite na terra. A lua passeou pela selva do alto Paraná, conheceu misteriosos aromas e sabores e nadou longamente no rio. Um velho lavrador salvou-a duas vezes. Quando o jaguar ia cravar seus dentes no pescoço da lua, o velho degolou a fera com seu facão; e quando a lua teve fome, levou-a para a sua casa. "Te oferecemos nossa pobreza", disse a mulher do lavrador, e deu-lhe umas broas de milho.
Na noite seguinte, lá do céu, a lua apareceu na casa de seus amigos. O velho lavrador tinha construído sua choça em uma clareira na selva, muito longe das aldeias. Ali vivia, como em um exílio, com sua mulher e sua filha.
A lua descobriu que naquela casa não havia nada para comer. Para ela tinham sido as últimas broas de milho. Então iluminou o lugar com a melhor de suas luzes e pediu às nuvens que deixassem cair, ao redor da choça, uma garoa muito especial.
Ao amanhecer, nessa terra tinham brotado umas árvores desconhecidas. Entre o verde-escuro das folhas, apareciam flores brancas.
Jamais morreu a filha do velho lavrador. Ela é dona da erva-mate e anda pelo mundo oferecendo-a aos demais. A erva-mate desperta os adormecidos, corrige os preguiçosos e faz irmãs as gentes que não se conhecem."