jô da sucata
abril 11, 2012 21:00 - no comments yetvisite o blog da jô!
ao sol que arde em itapuã
abril 10, 2012 21:00 - no comments yetinfelizmente, também não é possível percorrer o caminho a pé. ou seja: é uma praia exclusiva para quem tem carro. uma coisa realmente lamentável e inexplicável! :/
o menino
marzo 8, 2012 21:00 - no comments yetcheio de fome, o menino vai.
num ritmo arrastado e lento,
vai sem ter mesmo onde ir...
quem sabe a sorte sopra ao vento?
um trocado aqui, outro ali.
mas vai logo, menino!
te arranca deste lugar bonito!
não vês que não combina contigo?
sob a aura protetora,
sob a guia condutora,
sob olhos marejados da culpa
de quem não te vê, vai menino...
vai sem futuro.
mão alguma jamais te passará calor.
um cachorro, um bêbado,
um soco no escuro.
ninguém sente a tua dor?
ninguém canta ao teu ouvido?
deixa de sonhos, menino!
melodia é teu estômago contraído...
lasca uma banda de pão velho
e ludibria o vazio ignorado pelo teu irmão cego,
teu irmão empalhado.
então, há lugar para dignidade?
será mesmo que deus existe?
há fé que baste?
ninguém ama o menino triste.
e o menino vira um traste.
de metal em punho, o menino vai.
sou tua homônima, menino.
que pode tua faca contra o frio que te corta?
que lâmina rompe tua falta de carinho?
quem cura teu corpo talhado de solidão?
é tão custoso teu itinerário.
e ninguém te vê, menino.
e ninguém te sabe.
se ninguém vê, o menino invade.
se multiplica pela cidade.
tua normalidade vocifera anônima.
restos de planos.
ratos, meninos e restos.
restos humanos.
num delírio de classe,
a madame aponta o dedo em riste:
pega ladrão! pega ladrão!
e o palco inteiro vai ao chão:
taí, menino! taí a explicação!
todos te servem à vontade.
o banquete é de miséria.
comensais da contradição.
Ilustração de Gilmar Fraga retirada do blog Tinta China.
30 anos
marzo 2, 2012 21:00 - no comments yetontem mesmo eu era uma menina serelepe subindo em árvores. logo caí nos dramas de ser adolescente, tropecei nos malabarismos diários para garantir o sustento - do pão e dessa coisa meio sem explicação que a gente simplifica chamando de alma. sim, a essa altura é fundamental saber que simplificar é preciso.
comigo foi assim: quando eu vi, foi ficando tudo tão complicado que não perder de vista a essência das coisas tornou-se um desafio básico, uma estratégia de sobrevivência nível 1. no entanto, o paradoxo dos 20 e poucos anos foi descobrir justamente que nada é tão complexo quanto ser simples...
também não precisei ser muito esperta para compreender que é verdade-verdadeira aquilo que nos dizem sobre o tempo: ele vem, oferece um tabuleiro com toda sorte de agoras e vai embora, sem dizer tchau nem olhar para trás. e se tudo sair bem, ele nos deixa um saldo de boas saudades e recordações.
não. não há para quem reclamar e pedir seu investimento de volta.
eis que então, um belo dia...
entre enredos de amigos, amores, perdas, conquistas, aprendizdos e outros milagres da existência, eles chegam. os famosos 30 anos são mesmo implacáveis. os meus vieram anunciados por um turbilhão. um mar vivíssimo, que não ne poupou de turbulências nem de calmarias.
meu aniversário foi domingo passado. estou de miniférias numa ilha chamada boipeba, na costa do dendê baiano.passei os últimos 7 dias no povoado de moreré, acampada. trata-se de um recantinho onde os ventos fazem as emoções da gente ventar de dentro para fora.
todas as vezes que eu vim aqui, uma pequena transformação estalou no meu peito. moreré desperta, acolhe e transmuta o coração da gente. o vicente medaglia também veio conhecer este lugar de paisagens exuberantes e mutáveis.
mudei eu e mudou ele enquanto estivemos aqui. nosso amor também está cara nova. este é um post de celebração ao vicente, que esverdejou meus 30 anos e chacoalhou minhas poeiras. acho que me namorar não é uma empreitada muito fácil...
deixo aqui também este texto sobre fazer 30 anos, do affonso romano de sant'anna, uma carta de tarot, além de beijos esparramados na minha família (especialmente na dona marion) e em todos os meus e as minhas.