Notícias (sobre temas de interesse aos gts, por nós mesmas)
Economia Solidária (FBES) :: PACS realiza curso sobre Mulheres e Economia
31 de Julho de 2015, 18:43 - sem comentários aindaDivulgado por Ligia Bensadon ( [email protected]) As inscrições para a edição 2015 do Curso Mulheres e Economia I estão abertas até o dia 07 de agosto. O curso acontece do dia 12/08 ao dia 16/09. No ano passado, o curso completou dez anos de discussão, formação e empoderamento das mulheres sobre economia. A formação acontecerá às quartas-feiras, das 13 às 18h na sede do Sindicato dos Professores do Rio de Janeiro (Sinpro). O curso é exclusivo para mulheres, gratuito e oferece ajuda de custo no transporte e certificado de extensão pela UFRJ. A formação totaliza uma carga horária de 30 horas e abarca temas como trabalho, saúde, acesso a políticas públicas, endividamento público, economia solidária, dentre outros, através de uma metodologia baseada na educação popular. Esta iniciativa é uma realização do Instituto de Políticas Alternativas para o Cone Sul – Pacs, em parceria com a Fundação Educacional Unificada Campograndense – Feuc/Neurb, a Universidade da Cidadania/UFRJ e o Instituto de Formação Humana e Educação Popular – IFHEP. Inscreva-se através do e-mail [email protected] e/ou telefone (21) 2210-2124.

Concurso cultural esportivo premia foto de mulher amordaçada e revolta internautas | ~dibradoras
29 de Julho de 2015, 22:28 - sem comentários aindaConcurso cultural esportivo premia foto de mulher amordaçada e revolta internautas
07/28/2015Júlia Vergueiro Destaque, Futebol Masculino2
Parece piada, mas não é. Uma foto de cunho machista, ofensivo e até violento foi eleita a vencedora de um concurso cultural promovido por uma agência esportiva nas redes sociais. Diferente do que eles esperavam, a reação dos seguidores da página foi de desprezo e revolta. E com muita razão.
Nessa terça-feira (28), a OTB Sports, empresa de gerenciamento de carreira de atletas e técnicos de futebol, publicou em sua página no Facebook o resultado de um concurso cultural lançado no dia 20 de julho. O objetivo do concurso era premiar o torcedor que postasse a melhor foto “que represente o seu amor pelo Flamengo”.
Infelizmente, a escolha do vencedor foi vergonhosa, e gerou revolta por parte dos próprios fãs da página na postagem. Na fotografia, o autor retrata a cena de um torcedor homem – obviamente – do Flamengo comemorando em frente à televisão enquanto uma mulher, supostamente torcedora de um time rival, está presa e amordaçada em uma cadeira ao lado.
No regulamento do concurso, a organizadora deixa claro que a foto deve “prestar informações fidedignas e não ofensivas” e que “deverá obedecer aos seguintes requisitos: (b) Não ter cunho ofensivo, imoral, racista, discriminatório, com teor ilícito, ou imagens que sugiram ou estimulem atos que possam colocar em risco a saúde, segurança e vida da audiência;”
Pelo jeito, a OTB Sports parece não considerar que o retrato de uma mulher sendo claramente oprimida em um ambiente teoricamente familiar possui exatamente tudo isso o que ela mesma exigiu como não-aceitável em seu regulamento. Afinal, ela própria caracterizou a foto como um “divertido post” do autor.
Depois de algumas horas e muitas reclamações, a empresa apagou a postagem com a foto polêmica.
As ~dibradoras entraram em contato com a empresa responsável, que respondeu com um pedido de desculpas, também divulgado em sua conta no Instagram.
“A OTB Sports vem a público se retratar do mal-entendido que praticou no Concurso Cultural publicado nas suas redes sociais nesta terça-feira (28.07.15). Entendemos o posicionamento de cada opinião e achamos por certo, desclassificar a imagem divulgada e realizar uma nova auditoria.
Nosso objetivo em nenhum momento foi transmitir o machismo ou atuar como veículo de promoção do ódio. Não somos assim. Pedimos nossas sinceras desculpas a todas as pessoas que se sentiram ofendidas. Na quarta-feira (29.07.2015), publicaremos o novo ganhador.”
Esperamos que a empresa aprenda de uma vez por todas que a mulher não é objeto de diversão de ninguém e que não existe graça nem coerência nenhuma em premiar a violência, seja contra quem for.
Confira a sequência das postagens e comentários na página da OTB Sports no Facebook:
Imagens: reprodução/Facebook

Instituto lança plataforma com dados sobre violência contra mulheres | Brasil de Fato
29 de Julho de 2015, 17:29 - sem comentários ainda
A ferramenta funciona como um dossiê e entra no ar em agosto, trazendo as últimas pesquisas publicadas sobre assuntos como violência doméstica, sexual, feminicídio e violência de gênero na internet (como a pornografia de vingança).
27/07/2015
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Imagem: Marcelo Camargo/ABr |
O Instituto Patrícia Galvão, organização social sem fins lucrativos voltada à comunicação e direitos das mulheres, lançou na segunda-feira (27) uma plataforma na internet direcionada a jornalistas e comunicadores independentes com dados sobre a violência contra a mulher.
A ferramenta funciona como um dossiê e entra no ar em agosto, trazendo as últimas pesquisas publicadas sobre assuntos como violência doméstica, sexual, feminicídio e violência de gênero na internet (como a pornografia de vingança). O objetivo é agregar mais conteúdo futuramente e inserir as outras formas de violência. A plataforma traz também um banco de fontes, inicialmente com os contatos de 100 especialistas no assunto.
Um dos papeis do site é facilitar o acesso da imprensa ao material do instituto para diminuir os preconceitos quando o tema surge na cobertura dos veículos de comunicação e apoiar os comunicadores independentes e ativistas. “Na última década, a gente teve a grande expansão do feminismo na internet”, disse Maíra Kubik, professora em Estudos de Gênero e Diversidade, do departamento de Ciência Política, da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
“A gente pode situar a violência como a ruptura de qualquer forma de integridade, seja psíquica e sexual. Da forma como a sociedade está constituída, coloca determinados grupos em posições de superioridade e inferioridade. No caso das relações de gênero, a gente pode simplificar com o nome de machismo. As mulheres seriam inferiores na sociedade,” explica.
Jacqueline Pitanguy, da organização não governamental Cidadania, Estudo, Pesquisa Informação e Ação (Cepia), defende que a mídia precisa deixar de julgar com tanta perversidade as mulheres que demoram a sair de uma relação em que sofrem violência doméstica.
“A violência doméstica é repetição e tem uma direção, normalmente os homens batem e as mulheres apanham. Os homens ofendem, as mulheres se sentem humilhadas. É uma destruição também muito frequente do espaço doméstico, que representa o ambiente de segurança. Mas ocorre entre tapas e beijos. Não dá para tratar de violência doméstica, sem tratar da ambiguidade dos sentimentos humanos. Se não entendermos isso, fica muito fácil julgar a mulher”, declarou Jacqueline.
Sérgio Barbosa, professor de filosofia do Coletivo Feminista de Sexualidade e Saúde, que trabalha com homens autores de violência, disse que o perfil dos parceiros que cometem a agressão é recorrente. “Todos que chegam ao coletivo carregam o mesmo perfil, desconheciam que bater em mulher era crime. Chegam resistentes, mas no processo encontram outros homens e a desconstrução da violência também passa por um processo coletivo”. Para o especialista, a imprensa precisa informar que existe também a superação para esses homens.
Aline Yanamoto, Secretaria de Política para as Mulheres da Presidência da República, comentou sobre o feminicídio, a morte violenta de mulheres por razão de gênero. O percentual de mulheres assassinadas entre as mortes violentas é 10% no Brasil. “Mas tem uma peculiaridade muito sensível, as mulheres estão mais vulneráveis por serem mulheres. Cerca de 16 países tipificaram o feminicídio, esse cenário vem muito amparado pelo dado gravíssimo de que os países da América Latina estão entre os que mais ocorrem o feminicídio”, disse ela.
José Henrique Torres, juiz de Direito Titular da 1ª Vara do Júri de Campinas, citou uma decisão em que autorizou o aborto de um feto anencefaliano. Para ele, a questão é um problema terrível no país, pois o sistema de saúde não consegue enfrentar a necessidade do aborto legal. “Há uma necessidade imensa de que os juízes entendam a dimensão da violência contra a mulher, isso vem de uma ideologia patriarcal que todos conhecem muito bem”, declarou.

Revista Vida Simples – O tempo redescoberto
24 de Julho de 2015, 14:46 - sem comentários aindaLeitura fortemente recomendada! Por um outro mundo possível, a começar conosco. |
Revista Vida Simples – O tempo redescoberto |
O tempo redescoberto
A correria da vida urbana está relacionada a questões culturais, econômicas e sociais. Para mudar essa estrutura, é preciso, antes, transformar o modo como cada um encara o tempo no cotidiano
Rosane Queiroz
Chove lá fora. A internet anda instável. Meu feed de notícias, no momento, é a janela lateral de um casarão no Centro Histórico de Paraty. A cidade colonial fluminense é dos poucos lugares em que carro ainda não entra.
Aqui, quase tudo se faz a pé. No labirinto de casas brancas e portas coloridas, três turistas se equilibram nas ruas de pedras molhadas. A velhinha passa com sua sombrinha amarela. Uma carruagem puxada por cavalos (o “táxi” local) vira a esquina, e penso: nada mais justo do que essa cidade ser candidata a patrimônio da humanidade. Para que, com o título, mais gente possa sentir o tempo passar devagarinho.
Em São Paulo, embora tenha organizado minha vida para trabalhar em casa e levar minha filha à escola a pé, o dia acaba logo. De qualquer forma, sou das poucas privilegiadas que, a essa altura, não vai gastar 45,6 minutos para chegar ao trabalho – tempo que o paulistano leva, em média, no carro ou no transporte público. O carioca demora ainda mais: 47 minutos, e lidera o ranking dos que levam mais de uma hora no trajeto casa-emprego.
Os números da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) reforçam o quanto é atual e urgente repensar o tempo e os deslocamentos nas grandes cidades. “A vida, como está organizada hoje, não cabe em 24 horas”, diz a escritora Rosiska Darcy de Oliveira, autora de Reengenharia do Tempo (Editora Rocco). O livro propõe um novo layout do cotidiano como uma saída para a angústia contemporânea de dedicar a maior parte do dia ao trabalho, em horários engessados. “Esse é um desafio não só das empresas, mas do governo e da sociedade. Por mais que o trabalho seja fonte de prazer, não pode ser o maior consumidor da energia das pessoas”, pondera Rosiska.
Flexibilizar os horários seria o primeiro passo para resolver os problemas de mobilidade. “Por que diabos todo mundo tem de entrar às 9h e sair às 18h?”, questiona a escritora. É óbvio que vivemos, ainda hoje, cumprindo jornadas definidas na época da Revolução Industrial. Algo nonsense, já que boa parte do trabalho atual não é mecânico e dispensa a presença física. Um estudo da revista Business Week com o Center for Work and Family, da Universidade de Boston, realizado com mil empresas de médio e grande porte, mostra que modulações no tempo resultaram em empregados mais produtivos, criativos e até mais comprometidos.
Por outro lado, o tempo livre no mundo decresceu 37% nas últimas duas décadas – e o efeito disso é um planeta em que crianças, aos 5 anos, têm agendas tão lotadas quanto a dos adultos, e recebem cada vez menos atenção direta de seus pais. As escolas também obedecem aos mesmos horários generalizados, que se sobrepõem aos dos adultos no trabalho. O que se vê são babás no leva e traz dos pequenos, e até mesmo nas reuniões de pais.
As propostas curriculares também são similares, com raras exceções. Uma delas é a escola Amorim Lima, em São Paulo, que cindiu com o currículo tradicional e a organização das séries por faixa etária. “Os alunos escolhem temas de seu interesse e, em grupos de diferentes idades, e um tutor, elaboram percursos investigativos sobre o tema escolhido”, conta a coordenadora educacional Vanessa Marques.
Diante do cenário mais comum, há quem invente um formato único, como aconteceu com a empreendedora social Sabrina Bittencourt, no dia em que seu filho, aos 8 anos, pediu para deixar a escola formal. O menino alegou quequeria ser chef de cozinha e “salvar as crianças do mundo” por meio da alimentação saudável. O que estudava na escola, ele dizia, parecia não ter nada a ver com isso. A mãe aderiu. Hoje, o minichef Biel Baum, aos 12 anos, tem um vídeo no Ted-X em que conta sua aventura como unscholler – experiência que levou Sabrina a criar a Escola com Asas, uma rede de aprendizagem itinerante, para inspirar outras famílias.
“As pessoas estão começando a despertar para um estilo de vida menos escravo dos sistemas pré-estabelecidos”, diz Sabrina. Com os três filhos, todos unschoolers, (além de Biel, ela tem Raquel, 5 anos, e David, 3), Sabrina se define como nômade, alternando moradas na casa de amigos e de “estranhos” que viram amigos. No momento da entrevista, ela estava em Brasília, com planos de ir a Cabo Verde. Sabrina chama a atenção para as campanhas publicitárias, querendo mostrar que seus produtos e marcas “entendem” essa demanda pelo domínio do tempo. Slogans como “marcas para pessoas de verdade”, “banco para gente feliz” e “carro mais sustentável” deixam transparecer que desejo por mais tempo livre é uma tendência.
“Despreocupa-te” é um conselho típico do astrólogo Oscar Quiroga. Observador dos astros e do mundo, Quiroga recomenda, em especial nos períodos de lua vazia (momento astrológico em que reina a subjetividade), que as pessoas se entreguem ao “ócio criativo” propagado pelo filósofo italiano Domenico De Masi. E também pelo poeta Mario Quintana, em sua coletânea de textos A Preguiça como Método de Trabalho. “A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria inventado a roda”, escreveu Quintana. “Não há como produzir de bom humor com horários pré-fixados. Em vez de fingir que está trabalhando, melhor dar uma pausa e retomar em outro momento. A lua vazia é o antídoto!”, diz Quiroga.
Dentro do aspecto da mobilidade, adotar a bicicleta como meio de transporte pode trazer caminhos mais livres e mais bonitos. Foi preciso ficar sem carro para a videomaker paulistana Rachel Schein descobrir uma nova relação com o tempo e a cidade. “Percebi que o mesmo trajeto que eu fazia em 50 minutos a pé podia ser percorrido em menos de 15 de bike”, diz ela. Rachel até mudou de bairro para ficar perto da ciclovia e poder levar o filho Gabriel, de 10 anos, para a escola, na garupa. “Pedalando, você vê a cidade por outros ângulos. Meu filho sabe mais sobre cidadania do que muito adulto”, diz Rachel.
Entre iniciativas recentes, há a Bliive, rede colaborativa de troca de tempo. O app mantém um banco de horas e serviços. A ideia é trocar, por exemplo, aulas de violão com um usuário que venha cozinhar na sua casa, ou cuidar de um idoso em troca de alguém que conserte seu computador, e por aí vai.
Trabalhar perto de casa, reinventar os horários, criar cidades com transporte público eficiente – e suficiente – são ingredientes do mundo ideal, em que não se corre contra o relógio. Enquanto a mudança não acontece no coletivo, o caminho para a “reengenharia do tempo” é individual: procurar escapar das expectativas alheias, redefinir o que é bom para si mesmo e retomar o controle da própria vida.
“A reengenharia do tempo terá um impacto tão grande quanto o fim da escravidão”, ensina Rosiska. O meu projeto de reengenharia, no momento, é partir de Paraty de volta para São Paulo e tentar colocar em prática o que escrevi aqui. Mas não sem antes ganhar um tempinho de bobeira, olhando o balanço dos barcos no cais.
ROSANE QUEIROZ é jornalista freelancer e adora viver sem horários fixos. Pode ser vista trabalhando aos domingos e comprando tomates às terças.
22/07/2015 – 14:00

Mulheres e Agroecologia em Rede: Experiências das agricultora s familiares enriquecem Instalação da Caderneta Agroecológica
22 de Julho de 2015, 12:24 - sem comentários ainda
Empoderamento. Palavra que define bem um dos principais resultados da
O objetivo do espaço foi apresentar o instrumento de monitoramento da renda das mulheres rurais, desenvolvido pelo Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata (CTA), e algumas das análises que estão sendo feitas, a partir das anotações de 64 agricultoras, em onze municípios mineiros. A Caderneta quantifica e valora a renda que as agricultoras geram a partir das trocas, vendas, doações e autoconsumo das famílias.
Após um ano de acompanhamento dos quintais produtivos, as participantes contaram como o trabalho tem contribuído para a transformação de suas realidades. “A caderneta vem para nos mostrar aquilo que a mulher acha que não faz. Quando a gente anota tudo que produz e vê tudo que deixa de comprar no mercado, a gente vê que não sabia que trabalhava. Eu chegava a falar: eu estou tão cansada e não fiz nada”, explica Maria Caetano, a dona Lia, de Diogo de Vasconcelos.
Outra descoberta das agricultoras foi a importante parcela que elas têm na segurança alimentar e na saúde da família. Solange Peron, de Espera Feliz, chama a atenção para a diversidade e a qualidade dos alimentos que são “produto da mão da gente, do cuidado com a nossa terra”, todos cultivados sem veneno e sem adubo químico. Produtos que geram uma economia significativa ao final do mês, por suprir vários itens que deixam de ser comprados fora das unidades produtivas: carne, ovos, leite, frutas, leguminosas, verduras, doces, etc.
Os desafios enfrentados na construção de relações mais justas dentro da família, a conservação de sementes crioulas e o resgate de espécies nativas, a valorização do trabalho feminino e a necessidade de auto-organização para enfrentamento do machismo foram alguns dos pontos de diálogo entre as mais de 40 participantes da Instalação.
Segundo o assessor técnico Guto Lopes, a expectativa é que a sistematização dos dados da Caderneta seja concluída ao final do ano e prossiga gerando impactos positivos, alcançando a esfera da criação e aperfeiçoamento de políticas públicas voltadas para mulheres rurais. Ações que contemplem iniciativas de financiamento e fomento da produção e que reconheçam as agricultoras como protagonistas na construção da agroecologia.
