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Gordofobia (mais presente e trazendo mais sofrimento do que se percebe)

декабря 2, 2015 7:00 , by Economia Solidária e Feminista - FBES - 0no comments yet | No one following this article yet.
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Juliana Garcez

Ouvi uma infeliz frase de um homem: "marquei o bar mais tarde porque tive medo que você fosse gorda" (pra quem não entendeu, ele poderia inventar qualquer desculpa e sair correndo caso eu fosse mais gorda do que o "aceitável").

O contexto é: eu, uma mulher gordinha, manequim 44/46, ousei querer conhecer um homem magro. O encontro foi marcado e alguns dias depois eu ouvi a frase acima.
Há tantos problemas em ouvir a frase acima que eu começarei pelo básico. Milhares de pessoas, especialmente mulheres, sofrem com a falta de aceitação dos seus corpos. São oferecidos inúmeros tratamentos de emagrecimento, anti-celulite, anti-estrias, anti-isso, anti-aquilo. Somos bombardeados até hoje pela imagem da família do comercial de margarina, uma família heterossexual, branca e magra. O gordo, e especialmente a gorda, pelo contrário, é associada a propagandas de "antes e depois", de um passado que quer, certamente, galgar o ideal de corpo "magro e saudável", num futuro. Este é visto como o objetivo da vida da gorda. E é cobrado pela sociedade que este seja seu objetivo, o tempo todo. Desde atos simples como comprar roupas até ter seu profissionalismo questionado por causa de um corpo gordo, tudo a nossa volta nos diz que devemos ser magros.
Não necessariamente um corpo magro é saudável. Não necessariamente um corpo gordo é doente e desleixado.

Voltando a frase inicial do texto, ela é problemática em tantos níveis que nem sei dizer. Ela anula a minha história de anos de dietas malucas, remédios de emagrecimento, uma tristeza profunda de não me sentir bonita nem desejável. Ela anula todos esses anos e milhares de histórias semelhantes de mulheres que têm ou tiveram que se olhar no espelho por muito tempo sem enxergar o quanto realmente elas eram e são lindas. Essa frase anula quem eu sou. Ela me diz, em outras palavras: "parabéns por não ser mais gorda do que você é no momento. Não faz diferença qualquer que seja o sofrimento e sua trajetória pra chegar até aí. Você é uma gordinha que ‘passa’ ".
Essa frase separa o mundo entre "magros e bem cuidados", "gordos desleixados" e ainda, "não tão gorda, então passa".
Essa frase diz o que a sociedade já diz todos os dias, mas de forma menos (ou mais) escancaradas.

O fato é que hoje eu consigo ver todos os problemas dessa frase, consigo não me deixar abalar, porque construí um amor e respeito muito grandes pelo meu corpo.

E moça guerreira que leu esse textão, você é LINDA! Tamo junto.


Источник: https://ecosolfeministafbes.wordpress.com/2015/12/02/7-juliana-garcez-arquivos-de-dispositivos-moveis/

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